A Disney anunciou a remoção de uma trama envolvendo um personagem identificado como transgênero de sua nova série animada, justificando que o tema deve ser abordado pelos pais com seus filhos no momento adequado.

A série original da Pixar, Win or Lose, estreia em 19 de fevereiro e acompanha um time de softball misto de uma escola de ensino fundamental se preparando para um campeonato. Cada um dos oito episódios é narrado a partir da perspectiva de um personagem diferente.

Um representante da Disney confirmou ao The Hollywood Reporter que o enredo sobre um personagem identificado como transgênero foi retirado de um dos episódios finais. “Quando se trata de conteúdo animado voltado para um público mais jovem, reconhecemos que muitos pais preferem discutir certos assuntos diretamente com seus filhos, em seus próprios termos e no momento apropriado”, declarou o porta-voz.

Embora o personagem permaneça na série, todas as falas relacionadas à identidade de gênero foram excluídas. O porta-voz da Disney não forneceu mais detalhes sobre a decisão ou sobre as alterações feitas.

A inclusão de temas LGBTQ+ em conteúdos infantis não é novidade para a empresa. Em junho de 2022, o spin-off de Toy Story, Lightyear, enfrentou duras críticas por incluir um beijo entre pessoas do mesmo sexo. Da mesma forma, o filme Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (2020) apresentou um personagem abertamente gay. O longa arrecadou apenas US$ 76 milhões globalmente, com alguns países conservadores se recusando a exibi-lo.

A questão da representação de temáticas trans, especialmente no contexto infantil, tem gerado debates intensos. Recentemente, a Suprema Corte dos Estados Unidos ouviu argumentos sobre uma lei do Tennessee que proíbe procedimentos de transição de gênero em crianças.

O governador do Tennessee, Bill Lee, sancionou o Senate Bill 1 em março de 2023, proibindo profissionais de saúde de realizarem cirurgias de “afirmação de gênero” ou de prescreverem bloqueadores de puberdade e hormônios para menores de idade.

A legislação ganhou visibilidade após uma investigação conduzida por Matt Walsh, apresentador do Daily Wire, que expôs os procedimentos de transição realizados em crianças pelo Vanderbilt University Medical Center (VUMC). Walsh revelou que o VUMC considerava essas práticas uma "grande fonte de receita".